quinta-feira, 24 de maio de 2012

Conto Psicológico

Que Mico!
     Eu estava sentada debaixo da árvore, precisava ter ideias diferentes, eu gostava de sentar ali, pois aquela brisa da parte da manhã refrescava minhas ideias. A copa da árvore balançava devagar, aquilo me tranquilizava e fazia-me refletir. Era véspera do meu aniversário, queria fazer uma festa diferente, com uma decoração bonita, queria que quando meus convidados chegassem ao salão ficassem boquiabertos e que mesmo depois da festa ainda me elogiassem. Eu iria fazer 16 anos, gostaria que minha festa fosse mais adulta, para a qual eu iria contratar garçons, buffet e DJ. Eu tinha arrumado um caderno para anotar todas as minhas ideias e fazer a lista de convidados. Essa festa iria ser diferente, porque todas as outras que eu tive foi minhas mãe que organizava. Que mico! Minha mãe sempre tinha que me fazer vestir de princesa ou outra coisa. Por exemplo, no de dois anos vesti de Jady, no de três anos vesti de Branca de Neve, no aniversário de quatro anos vesti de Bela Adormecida, no de cinco anos Chapeuzinho Vermelho, no de seis anos Pocahontas, no de nove anos A Bela e a Fera, no de dez Anita (101 Dálmatas) no de onze anos Penélope Charmosa, no de Hello Kitty, no de treze anos foi de Moranguinho, no de quatorze vesti de Emília e no de quinze anos de Cinderela. Quando eu era pequena, eu até gostava da ideia, mas a partir dos meus dez anos, para mim, minhas festas eram humilhantes.
     Eu gostava muito da minha mãe, mas eu nunca consegui dizer a ela que eu não gostava das festas. Até que um dia, eu estava na minha casa, na verdade morávamos numa mansão, eu tinha tudo que queria, mas não era "metida". Meu quarto era enorme, e eu estava nele, ouvindo música e navegando na Internet. Eu estava super alegre, tinha tirado total na prova e estava conversando com minhas amigas pelo MSN e por mensagem de celular, quando senti alguém me cutucando, virei e dei-me de cara com minha mãe. Ela estava super empolgada e isso me assustou, pois sempre que ela vinha com aquela cara de que teve uma ideia genial, dava vontade de sair correndo. Então fechei a cara e fiquei encarando-a, ela começou a falar mas eu não estava ouvindo, tirei o fone de ouvido e disse:
     _O que a senhora disse?
     _Minha filha! Tive uma ótima ideia!
     _Nossa... sério? - eu disse criticando-a.
     _Esse ano você faz quinze anos, então pensei em fazer uma coisa diferente na sua festa, mas não se preocupe, mamãe vai organizar tudo para você!
     Então ela saiu sorrindo feito "bobalegre", fechou a porta e eu fiquei boquiaberta. "Eu não acredito que ela vai estragar a minha festa de quinze anos! Ainda mais a de quinze anos! Minhas amigas vão me zoar pra sempre!". Meu coração disparou, senti um frio na barriga, não sabia o que fazer. Fiquei horas pensando no desastre que a festa seria. "Meu Deus! O que eu faço?!? E se eu pintar meu cabelo depois da festa? E se eu fizer uma plástica? Não, isso não iria funcionar. Vou ter que me mudar de escola. Não! De cidade! De país!".
     Os dias foram se passando e o dia da minha festa estava chegando. Minha mãe se recusava a contar qualquer detalhe da festa. Eu estava preocupada, e isso afetou até mo meu jeito de agir. Minhas amigas perceberam e disseram-se que eu estava mais calada e pensativa. E isso era verdade, eu ficava praticamente o dia inteiro debaixo da árvore, que agora se agitava cada vez mais, por causa do vento que anunciava a chuva próxima. O céu estava repleta de nuvens acinzentadas. Os dias, as horas e os minutos estavam passando muito, muito, muito rápido. Eu evitava pensar sobre o assunto, só que era praticamente um milagre eu ficar pelo menos cinco minutos sem pensar sobre a festa.
     Para a minha infelicidade, o dia chegou. Passei o dia inteiro escondendo-me da minha mãe. Evitar falar com ela adiava a tristeza, a mágoa que estava dentro de mim e que estava prestes a me fazer explodir em lágrimas.
     O dia passou super rápido e então já era sete horas da noite. Minha mãe me levou para o salão de beleza. Deduzi que ela iria mandar passar em mim um blush rosa, sombra rosa e batom rosa. Para arrumar meu cabelo e minha maquiagem a moça do salão me obrigou a ficar com os olhos fechados. Meus pensamentos tomaram conta de mim. "O que eu vou fazer?! Vou me esconder e só aparecer depois da festa. Mas se eu fizer isso minha mãe vai achar ruim...". Então ouvi a moça dizer que eu poderia abrir os olhos, e quando eu fiz isso, deparei com uma menina linda, com os cabelos arrumados, uma maquiagem perfeita. Era eu. Todo sentimento triste que estava em mm evaporou. Finalmente minha mãe iria me oferecer a festa dos meus sonhos! Eu nem acredito que eu queria fugir, me esconder! Olha só como eu estou bonita!"
     Minha mãe pegou na minha mão e me levou até ao banheiro onde me entregou um lindo vestido. Minha alegria era tanta, que eu não conseguia m conter. Meu sorriso estava radiante. Então entrei n carro e fui para o salão de festa na expectativa de encontrar um local lindo, com uma decoração impecável...
     O carro parou. O mais rápido que pude desci do carro e dei-me de frente com o salão de festa mais luxuoso da cidade. Subi degrau por degrau, sentindo-me uma rainha. Então, a porta do salão abriu e na minha frente apareceu dois palhaços. A música que estava tocando era da Xuxa, e a festa era da Cinderela.
     Meu alto astral caiu, como se tivesse pulado de um penhasco.
     A festa foi horrível, minhas amigas ficavam cochichando e dando risadinhas. "Que decepção! Eu não acredito.". Fiquei a festa inteira sentada e emburrada. E prometi para mim mesma que nunca mais deixaria a minha mãe organizar minhas festas.
     Por isso eu estou aqui debaixo desta linda árvore, tentando ter ideias para minha festa de dezesseis anos.




Joyce

Nome do Livro: Harry Potter e a Pedra Filosofal

 
 
Autor: J. K. Rowling
Editora: Rocco

Harry Potter é um garoto cujos pais, feiticeiros, foram assassinados por um poderosíssimo bruxo quando ele ainda era um bebê. Ele foi levado, então, para a casa dos tios que nada tinham a ver com o sobrenatural. Pelo contrário. Até os 10 anos, Harry foi uma espécie de gata borralheira: maltratado pelos tios, herdava roupas velhas do primo gorducho, tinha óculos remendados e era tratado como um estorvo.
No dia de seu aniversário de 11 anos, entretanto, ele parece deslizar por um buraco sem fundo, como o de Alice no país das maravilhas, que o conduz a um mundo mágico. Descobre sua verdadeira história e seu destino: ser um aprendiz de feiticeiro até o dia em que terá que enfrentar a pior força do mal, o homem que assassinou seus pais. O menino de olhos verde, magricela e desengonçado, tão habituado à rejeição, descobre, também, que é um herói no universo dos magos. Potter fica sabendo que é a única pessoa a ter sobrevivido a um ataque do tal bruxo do mal e essa é a causa da marca em forma de raio que ele carrega na testa. Ele não é um garoto qualquer, ele sequer é um feiticeiro qualquer; ele é Harry Potter, símbolo de poder, resistência e um líder natural entre os sobrenaturais. A fábula, recheada de fantasmas, paredes que falam, caldeirões, sapos, unicórnios, dragões e gigantes, não é, entretanto, apenas um passatempo.
Harry Potter conduz a discussões metafísicas, aborda o eterno confronto entre o bem e o mal, evidencia algumas mazelas da sociedade, como o preconceito, a divisão de classes através do dinheiro e do berço, a inveja, o egoísmo, a competitividade exacerbada, a busca pelo ideal - a necessidade de aprender, nem que seja à força, que a vida é feita de derrotas e vitórias e que isso é importante para a formação básica de um adulto.

Nome do Livro: Comédias Para Se Ler Na Escola


Autor: Luís Fernando Veríssimo
Editora: Objetiva

Uma seleção de crônicas escolhidas a dedo pela excelente escritora Ana Maria Machado. São crônicas relacionadas a todos os tipos de assunto. Este livro reúne 35 crônicas que é impossível não te fazer rir. As crônicas foram organizadas em temas. Com uma linguagem fácil que qualquer um poderá entender.